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para nascer

Data

2011

Tipo de projeto

PERFORMANCES - AÇÕES ESTÉTICO POLÍTICAS

A performance Para Nascer de Raíssa Vitral propõe um embate visceral entre o corpo, o incômodo e os ciclos de vida e morte. Realizada no encerramento da Semana Oitava de Artes e Design da UFJF, a ação atravessa a dimensão humana, tensionando os limites entre instinto e reflexão.

O incômodo é aqui ferramenta e gatilho: seja pela potência sonora de Leo Chocô, pela presença da gaiola de Tonil Braz, pelo olhar da câmera de Pedro Carcereri, ou pelo próprio corpo de Raíssa, que se lança num rito de confronto e transmutação. Inspirada no axé devolvido à terra pelo sangue no Candomblé e na leitura de Derrida sobre a nudez e a humanidade, a performance desdobra-se como um duelo interno e externo, onde nascer e morrer são partes de um mesmo fluxo.

O corpo exposto, atravessado pela guerra simbólica que se instaura, não busca respostas definitivas, mas convida o público a ser tomado pelo desconforto e a se perceber dentro desse ciclo de transformação.

Performance realizada no dia 17 de junho de 2011, encerrando a Semana Oitava de Artes e Design da Universidade Federal de Juiz de Fora. Performance Sonora: Leo Chocô Vídeo: Pedro Carcereri Gaiola: Tonil Braz convite e produção: Rizza

Incomodar: Importunar, Desgostar, Irritar, Molestar-se, Cansar-se, Indispor-se, Zangar-se. Quando incomodamos a seleção dos instrumentos são determinantes para a potência do transtorno. Quando somos incomodados, ativamos em nós motivos para a repulsa, sejam eles consciente ou não. Presenciar Para Nascer é deixar sem invadido pelo incomodo, questionar o corpo e os pensamentos enquanto somos tomados pela perturbação. É preciso esticar a dimensão humana e entender que, a humanidade é apenas um dos extremos. Tarefa árdua, não? Convido a todos a serem preenchidos de mundo em suas mais variadas circunstâncias, ordens e potências. Para Nascer presta-se á fazer duelo em cada um, entre os instintos e a reflexão.

Texto de Um Ml

Para nascer Vida e morte são dois elementos complementares da existência humana. O sacrifício, o sangue e a guerra são substantivos comuns. Para nascermos milhares morreram, e tantos mais morrerão e outros nascerão. A partir do derramamento do sangue do animal segundo o Candomblé devolvemos o axé para a terra. Existe aí um movimento cíclico que sustenta a existência, o morrer e o viver. O que nós separa dos demais animais? Derrida dirá que é o fato de estarmos vestidos. Somos os únicos animais a ter consciência da própria nudez, e dela nos envergonhamos, tampando nossas vergonhas. Raíssa Vitral se preparara para uma guerra, para um banho de sangue, para um nascer e um morrer, e flutua na linha tênue que a separa de qualquer outro animal. Chegar a esse ponto é sinal de desprendimento, e este é por si só merecedor.

texto curatorial: Curadoria Marginal Marginal

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